terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Tráfico de mulheres





O tráfico de mulheres e crianças é uma
forma moderna de escravatura.Todos
os anos milhares de mulheres e crianças são levados de um país para outro, frequentemente da Europa de Leste para a Ocidental, como parte do comércio de seres humanos. Embora o principal objetivo deste comércio seja a exploração sexual, serve ainda como fonte de trabalho ilegal.

Os preconceitos e a sexualidade como tema tabu fazem com que as mulheres usadas pelo tráfico de sejam vistas como criminosas. Todo o sofrimento vivenciado por elas parece não ser suficiente para que a sociedade as reconheça como vítimas, o que é mais um dificultador no combate a esse tipo de crime.

Aurenice Nascimento Lima, advogada e professora de Relações Internacionais, comenta:


“É preciso ficar claro que, mesmo que a mulher saiba

que irá se prostituir,dificilmente fará idéia de que

estará sujeita ao cárcere privado, terá seu passaporte
recolhido pelo aliciador, será ameaçada de morte

pelos traficantes e utilizada no comércio de drogas ilícitas.”


Tomando como referência a Declaração Universal dos Direitos Humanos, os direitos não podem ser vendidos e, mesmo tendo concordado com a prostituição e assinado um contrato, essas mulheres são vítimas que precisam do cuidado do Estado e da Sociedade Civil.



Reportagem exibida pelo Jornal da Band em 2005 ...

pannun 22 set. 2007




Denúncias
  • SOS Tortura 0800 707-5551
  • Disque Sistema Nacional de Denúncia: 0800 99-0500
  • Comitê de Enfrentamento da Violência Sexual Infanto-Juvenil:(0xx61) 347 – 8524
  • Delegacia da Mulher e Delegacias de Policia da Criança e do Adolescente
  • Polícia Rodoviária
  • Polícia Federal
  • INTERPOL
Perfil
Das vítimas
  • A grande maioria das vitimas é do sexo feminino e negra; de baixa renda, com baixa escolaridade, habitam espaços urbanos periféricos, moram com algum familiar e têm filhos;
  • Muitas nunca trabalharam como profissionais do sexo antes de serem traficadas, mas a maioria traz na sua história de vida experiências de violência física e psicológica como estupro, abandono, negligência, maus-tratos, abuso e exploração sexual, muitas vezes intrafamiliar.

Dos aliciadores

  • A maioria dos aliciadores é do sexo masculino, entre 20 e 56 anos, e brasileiro.
  • Os aliciadores brasileiros vêm de todas as classes sociais, alguns pertencem às elites econômicas, são proprietários ou funcionários de boates, e muitos “exercem funções públicas nas cidades de origem ou de destino do tráfico de mulheres, crianças e adolescentes”.
  • Existem também aliciadoras, muitas vezes vítimas de tráfico que foram forçadas ou convencidas a chamar outras mulheres.

Fontes: Pestraf e Guia de Referência para a Cobertura Jornalística, da Andi



Sonho que vira pesadelo.

No livro intitulado: “Turismo, Sexual, Tráfico, Imigração - o que nós temos a ver com isso?”, foram entrevistadas mulheres nas praias e boates de Boa Viagem, bairro turístico do Recife (PE). Nos depoimentos, a realidade de quem passa dias e noites no contato direto com o turismo sexual.


"Homens de verdade são os estrangeiros.

Nunca mais quero um homem brasileiro, eles são muito violentos. (....)

Meu maior sonho é casar e sair do Brasil.”

(Gabriela)

“Estou arriscando a minha vida para ser feliz um dia.

Não só eu, mas a minha família. (...)

O amor de uma menina que arrisca a sua vida
só para procurar a felicidade.

Que Deus nos ajude.”

(Carmita)



São esses sonhos que fazem de algumas mulheres vítimas fáceis.
Os aliciadores têm muitas caras: estrangeiros que prometem um casamento lindo, brasileiros que oferecem um emprego legal,
amigas que falam de uma só chance na vida. As redes de exploração
muitas vezes escondem-se sob as fachadas de empresas
comerciais (legais e ilegais) do ramo do turismo, da moda, do
entretenimento, da indústria pornográfica, entre outras.


No entanto, o sonho vira pesadelo logo na chegada. Os donos de boates pagam a viagem, a hospedagem, as drogas. Só que eles querem tudo de volta, e num valor muito maior do que eles realmente gastaram. As mulheres chegam “na terra prometida” com uma dívida enorme e são obrigadas a fazerem programas para sair dessa situação.


As condições reais são muito precárias. As mulheres ficam sem a liberdade de ir e vir, muitas vezes presas em cárceres privados, os passaportes são tomados, elas são ameaçadas e separadas de suas famílias. Num outro país, fica difícil para elas procurar ajuda e denunciar , por causa da sua condição de imigrante ilegal no país de acolhimento e pela falta de conhecimento da língua.



“Conheci um alemão que prometeu me tirar desta vida.

Viajei com ele, mas não era nada do que ele tinha me prometido.

Tive que trabalhar muito, fazer, inclusive, alguns programas

para poder voltar para o Brasil, porque não suportava suas agressões.

Ele me violentava demais.”

(Cláudia)



Apesar de todo esse sofrimento, as mulheres que vivenciam esse tipo de violência não são vistas, muitas vezes, como vítimas, e como se não bastasse, também são alvos de muitos preconceitos.


Leia mais no site:

http://brasilien.ded.de/cipp/ded/custom/pub/content,lang,5/oid,7397/ticket,g_u_e_s_t/~/Reportagem_Tr%C3%A1fico_de_Mulheres.html

O tráfico de mulheres vem crescendo a cada dia. A informação ainda é a melhor defesa. Selecionei algumas matérias publicadas recentes sobre o assunto.



4 comentários:

Nobre Viking disse...

Isto é mais comum do que se pensa. Muitas mulheres, meninas se aventuram em sonhos que acabam virando um pesadelo. Apesar de ser pouco noticiado, é uma prática frequente.

Parabéns pelo alerta.

Anônimo disse...

Este é um problema gravíssimo, pouco divulgado e discutido. É lamentável que este tipo de coisas continuem acontecendo nos dias de hoje.
O mundo está cada dia mais perigoso!

Nadia disse...

Nós mulheres devíamos ser mais respeitada.

Zana disse...

Uma nova pesquisa revela um aumento do tráfico de pessoas. 66% das vítimas são mulheres.
Um dado alarmante!

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