sábado, 24 de abril de 2010

Sem crise dos 30



Os 30 anos deixaram de ser um estigma para as mulheres,
que continuam a traçar planos e a perseguir seus sonhos
sem a obrigação de ser apenas esposa, mãe e dona de casa
.
Por Diego Dacax

Não é de hoje que as mulheres de 30 anos estão no alvo de especialistas, habitam o universo de escritores e despertam a atenção dos interessados em comportamento de uma maneira geral. Diferente de outros tempos, as trintonas de hoje têm questões que vão muito além do casamento e dos filhos. A maturidade dessas mulheress não está necessariamente ligada ao envelhecimento. Ao contrário, cada vez mais elas figuram na lista das mais desejadas por homens de todas as idades e traçam planos.

Em uma de suas crônicas, Mario Prata deixa clara a sua atração pelas moças que já chegaram às três décadas de vida: "o que mais me encanta nas mulheres de 30 é a independência. Moram sozinhas e suas casas têm ainda um frescor das de 20 e a maturidade das de 40", registra o cronista. Na mesma direção, o escritor francês Honoré de Balzac, em um trecho de seu clássico A Mulher de 30 Anos, escreve: "Tome a mesma moça aos 20 e aos 30 anos. No segundo momento, ela será umas sete ou oito vezes mais interessante, sedutora e irresistível do que no primeiro".


Extensão dos 20

Com aparência de umas sete primaveras a menos, a produtora de moda Harlem Marau, 32 anos, conta que não vê muita diferença dos 20 para os 30. "Os 30 estão sendo consequência das coisas que eu vivi nos 20", reflete. A idade não fez com que ela diminuísse o ritmo das baladas ou restringisse sua vida de qualquer outra forma. Ao contrário, ela continua a fazer tudo o que sempre fez, às vezes até com mais intensidade.

"O volume de informação que se tem hoje faz com que a gente veja as coisas de outro jeito, não é aquela coisa de ser só mãe, esposa e dona de casa, a vida profissional tem uma importância bem maior", opina Harlem. Pouco depois de completar 30 anos, ela terminou um relacionamento e ficou mais firme em relação à sua carreira ligada à moda.

Para a psicóloga Olga Tessari, a realização profissional é de fato uma característica marcante na mulher contemporânea. "Mas questões sentimentais, como casar e ter filhos, também continuam a fazer parte da vida dessas mulheres", afirma a especialista. "A mulher ainda é criada para ser dona de casa, mãe, esposa e, somando-se a isso tudo, profissional", explica Olga.


Mãe, esposa, profissional...

Mãe há dez meses, esposa há mais de cinco anos e profissional na área de administração financeira há cerca de 12, Renata Fagundes vive todos esses papéis sem crise. "Eu sempre fui muito desencanada, continuo tomando meus porres e falando palavrões, mas em algumas rodas eu tento ser mais senhora (risos)", revela.

Aos 32 anos, Renata afirma que não teve a famosa crise dos 30, mas teme que isso ocorra mais tarde: "Acho que os 40 vão me deprimir. Com 30 você ainda é jovem, com 40 já vira coroa e aí eu tenho medo de fazer papel de ridícula porque sei que não vou amadurecer mais".

Nesse sentido, a psicóloga Olga avisa que é importante estabelecer prioridades e traçar planos. "É bom a mulher pensar sobre onde e com quem quer estar quando chegar aos 40, 50 anos. Isso, de certa forma, será consequência do que ela está fazendo agora", aconselha.

Mas essa dica não funcionará muito bem para Renata: "Olha, eu não sou muito de fazer planos e nem os 30 me fizeram mudar isso. O que sei é que ano que vem irei no cruzeiro do Roberto Carlos", confessa bem humorada.

Fonte:
http://www.guiadasemana.com.br/Rio_de_Janeiro/Mulher/Noticia/Sem_crise_dos_30.aspx?ID=62613

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