domingo, 20 de novembro de 2011

Inimigas das pernas


Descubra tudo o que precisa saber sobre uma das grandes vilãs para as mulheres no verão: as varizes e as microvarizes

É verão, e as calças passam a ficar mais no armário, são substituídas pelas saias e pelos vestidos, nos dias mais quentes. Mas, para poder ficar com as pernas de fora, elas precisam estar em ordem. E aí que vem o porém: as varizes e as microvarizes - conhecidas popularmente como vasinhos - acabam prejudicando o visual dos membros inferiores.

De acordo com o coordenador de cirurgia vascular, endovascular e angiologia do Hospital Balbino, do Rio de Janeiro, Mohamed Daychoum, as varizes são um dos poucos problemas de saúde que a paciente é a primeira a identificar. "Olhando no espelho, ela percebe se há alguma coisa diferente nas pernas e procura o médico. Ele é quem vai diagnosticar quais são as veias que precisam de tratamento químico ou de operação", explica.


Diferença entre varizes e microvarizes

O nome completo da doença é Varizes Essências de Membros Inferiores e ela caracteriza-se pela tortuosidade das veias, que em condições normais são retas. Segundo o angiologista, para as varizes aparecerem é preciso ter predisposição genética - não há relação com a maneira como você costuma passar a maior parte do dia, sentada ou em pé. Já as microvarizes possuem fundo hormonal e hereditário e, assim como as varizes, não há como prevenir seu aparecimento caso a mulher tenha tendência a tê-las.

No entanto, o consumo de cigarro, o uso de pílulas anticoncepcionais e o fator sexual - as mulheres possuem mais tendência a desenvolver vasinhos do que os homens - aumentam a possibilidade de aparecerem as microvarizes. "Jamais as microvarizes se transformam em varizes. Isso é lenda. Porém, há a comunicação dos vasinhos com as veias que precisam ser operadas", informa Daychoum.

As varizes ou as microvarizes não costumam apresentar sintomas. Assim, quando eles existem, o problema está na válvula das veias e acontece devido à sobrecarga. O angiologista compara a fisiologia das veias com o Canal do Panamá, onde se abre uma comporta, a água passa, fecha-se aquela e abre-se uma nova comporta para a água seguir seu fluxo. O mesmo mecanismo acontece com as válvulas e o sangue. "Quando se fecha uma válvula para o sangue passar, o líquido não deve voltar e, caso volte, significa que há problema de válvula, pois houve a diminuição do seu poder de contractividade", fala o médico. Nesse caso, os sintomas mais comuns são: cansaço, inchaço, queimação e peso nas pernas ao final do dia.

Apenas um angiologista - médico especializado no tratamento dos vasos sanguíneos - pode diagnosticar quais veias precisam ser operadas e quais apenas necessitam da escleroterapia


Sem prevenção

Infelizmente não é possível prevenir as varizes e os vasinhos nem mesmo garantir que eles não serão recorrentes. No entanto, para quem já tem tendência, as práticas de exercícios físicos na água e de caminhadas podem diminuir o aparecimento de vasinhos. Da mesma maneira, o inverso acontece com os exercícios de musculação, bicicleta e corridas ou caminhadas na esteira. "Qualquer exercício físico que faça a paciente pegar peso nas pernas favorece o surgimento de microvarizes", ressalta o angiologista.

Normalmente, quem possui predisposição para ter microvarizes terá que tratar anualmente. Porém, o tratamento é mais pela estética do que por complicações de saúde. Um desses casos é o da pesquisadora Gabriela Pereira da Motta, 31. Ela procurou um especialista após sentir muito cansaço nas pernas e passou por um exame de ultrassom, que não constatou nenhuma alteração física. "Perguntei sobre o tratamento e, apesar de não ser nada que me incomodava muito, resolvi fazer as aplicações por estética mesmo", conta.


Tratamentos possíveis

Há dois tipos de tratamentos mais usados para cuidar de varizes e microvarizes. O químico - ou escleroterapia - é o mais comum e resume-se a aplicações feitas pelo médico, através de microagulhas, que possuem substâncias esclerosantes, principalmente, a glicose. "Suas vantagens são custo mais baixo e menor risco de deixar marcas. Já as desvantagens aparecem na demora para a reação química fazer efeito e sumir - vai de um a três meses -, além dos riscos de embolia pulmonar e de deixar feridas", explica Daychoum.

Gabriela teve que passar por três sessões de escleroterapia, com o intervalo de 15 dias entre cada uma para sumir com seus vasinhos e conta que não sofreu demais com as aplicações. "Senti mais as picadas na hora e alguns vasinhos que estavam mais marcados ficaram doloridos durante 24 horas após as aplicações", comenta. A pesquisadora completa que recebeu recomendação médica para repousar sempre ao final do dia com as pernas para cima, para evitar o cansaço nesses membros.

De acordo com o angiologista Mohamed Daychoum, a caminhada é um ótimo exercício; no entanto, se for praticada na esteira pode favorecer o aparecimento de microvarizes

O outro tipo de tratamento procurado é o laser. O principal benefício dessa técnica é que os vasinhos somem na hora. No entanto, o laser pode causar manchas no local da aplicação, além de o custo ser bem mais alto e o procedimento possuir os mesmos riscos de embolia pulmonar do que o químico. O angiologista do Hospital Balbino revela que não costuma restringir nada, nem mesmo exercícios físicos ou exposição ao sol após as aplicações. Assim como não indica o uso da faixa compressora nas pernas, pois seu uso pode causar trombose. Apenas se houver hematomas é necessário colocar gelo e fazer repouso naquele dia.


Prerrogativa cirúrgica

Os casos em que há indicações cirúrgicas também costumam ser tranquilos, pois o método é indolor, não deixa marcas, não há pontos e requer internação de apenas um dia. "A cirurgia é a mesma coisa que a escleroterapia, mas os líquidos usados são diferentes, como a glicose com ethamolin ou a glicerina crômica", fala o especialista. A anestesia varia de acordo com a paciente, que pode optar por com sedação, raqui ou geral.

Na hora de procurar o tratamento certo, é preciso adotar algumas medidas de segurança, como ir a um angiologista - é melhor evitar fazer o tratamento com outras especialidades médicas - e pedir esclarecimentos específicos sobre quais veias serão operadas e quais receberão aplicação química. A paciente precisa saber de todos os procedimentos que vão ser adotados pelo médico, pois todos possuem riscos - mesmo que mínimos - e o tratamento fica mais complicado na medida em que aumenta o calibre do vaso.
http://www.guiadasemana.com.br/compras/noticia/inimigas-das-pernas

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